Se você tem toneladas de coisas para estudar até uma prova, então já deve ter se perguntado: "como vou lembrar de tudo isso?"
A boa notícia é que existem várias técnicas que comprovadamente ajudam você a melhorar a memória e lembrar do que você estudou.
Este artigo passa pelos fundamentos da memória e técnicas que você deveria estar usando hoje para acertar as respostas na hora da prova.
Nós vamos mostrar porque você deveria fazer um cronograma de estudos, fazer revisões regulares e resolver muitos exercícios.
Ele é o último artigo de uma série sobre as coisas mais importantes que um estudante precisa ter em mente para ter maiores chances de ser aprovado. A série consiste nos seguintes artigos:
Nós vamos citar algumas técnicas interessantes para organizar seu tempo de estudo e coisas que você deveria fazer para melhorar sua memória e aumentar suas chances de ser aprovado.
Elas funcionam explorando a forma de como o cérebro trabalha para armazenar informações que podem ser lembradas depois.
Mas como o cérebro funciona?
Bom, essa é uma pergunta simples que tem uma resposta muito complicada. E, pra falar a verdade, ninguém sabe exatamente como o cérebro funciona.
Mas a maioria dos cientistas acredita que toda informação armazenada passa por três estágios de memória: a sensorial, a de curto prazo, e a de longo prazo.
A memória sensorial dura somente uma fração de segundo e registra as informações que chegam através dos nossos sentidos (por exemplo, as letras que vemos enquanto estamos lendo).
A memória de curto prazo dura alguns segundos e é limitada, não conseguindo armazenar mais do que algumas informações. Ela é usada, por exemplo, para lembrar das primeiras palavras que você leu no início dessa frase.
As memórias de curto prazo mais importantes são transferidas para a memória de longo prazo. É essa memória que as pessoas normalmente se referem quando pensam em memória. É a memória que nos faz lembrar do nome da namorada ou de uma situação engraçada tantos anos depois de ela ter acontecido.
O estudante de ENEM ou concurso público precisa focar em melhorar a memória de longo prazo, pois é a memória que nos faz lembrar das respostas das questões da prova 😉.
Os momentos especiais de hoje são as memórias de amanhã - Gênio, O retorno de Jafar
Mas o que o cérebro considera importante para ser armazenado na memória de longo prazo? Os cientistas não sabem ao certo como funciona o processo físico-químico de armazenamento de memória, mas já se conhece alguns mecanismos interessantes:
Quando você aprende a dirigir, tudo é muito complicado, são muitas informações ao mesmo tempo para lembrar. Mas com a prática, você passa a errar menos, e com o tempo, a informação chega a ser automática: você nem precisa mais pensar no que está fazendo.
É por isso também que você consegue ler esse texto sem pensar individualmente nas letras das palavras.
Se você está estudando com música alta, ou cercado por pessoas que às vezes falam seu nome, você pode até achar que vai lembrar do que estudou depois, mas é mais provável que o seu cérebro nem esteja registrando nada. Por isso são tão importantes as técnicas de concentração que falamos anteriormente.
Por exemplo, se você quer lembrar onde deixou a chave do carro, você precisa estar prestando atenção no local, e associar outras informações como: a teia de aranha no canto do cômodo, como era o vaso que estava em cima da mesa e com quem você estava falando quando deixou a chave.
Sabendo dessas características peculiares da memória, podemos indicar algumas formas de como você pode estudar para reforçar a criação de memória de longo prazo e melhorar a memória do que estudou.
Uma das primeiras coisas que você deve fazer é dividir o tempo de estudo em:
Quanto tempo dedicar para cada item?
Em primeiro lugar, você precisa saber quanto tempo tem para cada matéria. Você precisa alocar mais tempo para matérias que você tem mais dificuldade e gosta menos.
Depois, você precisa dividir o tempo de cada matéria em estudo de novos conteúdos e revisão/exercícios. Essa divisão é mais dinâmica.
No começo dos estudos, a maior parte do tempo será de absorção de novos conteúdos. Com o tempo, você irá transferir parte desse tempo para a resolução de exercícios e a revisão de estudos. No fim do seu plano, você deve não ter mais conteúdo novo para estudar e todo o tempo estará dedicado para exercícios e revisão.
Você deve criar um cronograma de estudos, e alternar as matérias que vão ser estudadas.
Quando a gente estuda para uma prova específica na faculdade ou ensino médio, é comum que a gente dedique todo o tempo disponível para estudar a matéria da prova. Por exemplo, se você tem uma prova de matemática em duas semanas, você vai usar todo o tempo de estudo que tiver para estudar matemática.
Mas se você estiver estudando para vestibular, ENEM, concurso público ou OAB, você não deveria estudar todo o conteúdo de uma matéria para somente depois estudar outra disciplina. O mesmo vale se você está estudando para uma semana de provas na faculdade/ensino médio.
Por exemplo, se você precisa estudar para Português, Matemática, Física, Química e História para uma semana de provas daqui a dois meses, esse é um exemplo de como não planejar seus estudos:
A razão disso é que, se você esgotar o conteúdo de uma matéria para só depois passar para outra, você corre o perigo de cair em uma dessas situações:
Você precisa ajudar o seu cérebro a melhorar a memória, e não sobrecarregá-lo.
Você deveria montar um cronograma de estudos de forma que você reveze as matérias a serem estudadas. É como um plano de exercícios de musculação. Você não faz exercícios só para braço durante um mês, e depois passa a fazer exercícios somente para perna. Além de fatigar os músculos por causa dos exercícios repetidos, ao fim do segundo mês você terá perdido todo o trabalho do primeiro mês.
Portanto, crie um cronograma de estudos em que você estude todas as matérias em um curto espaço de tempo. Cada sessão de estudo de uma matéria não deverá ultrapassar 2 horas. Alterne as matérias estudadas entre matérias exatas (como matemática, física, informática) e matérias interpretativas (como língua portuguesa, direito, história). Esses dois tipos de matérias ativam áreas diferentes do cérebro, e quando você intercala os dois tipos você exercita uma área enquanto deixa a outra descansar.
Há duas maneiras principais de se fazer isso.
Você pode criar um planejamento semanal, onde você define o que estudar em cada dia da semana. Se você tiver tempo, você pode estudar várias matérias diferentes por dia. Quando chega segunda-feira, por exemplo, você sabe que é dia de estudar Português e Matemática.
Ou você pode criar um ciclo de estudos. No ciclo, você define a sequência de matérias, ou seja, que matéria vai ser estudada depois da outra. Ao estudar, você dedica o tempo especificado para a matéria (por exemplo, 1 hora) e depois muda para a próxima da sequência. Quando o ciclo acabar, você volta a estudar a primeira matéria do ciclo de estudos.
A diferença entre o planejamento semanal e o ciclo de estudos é que no ciclo você não sabe exatamente que dia você vai estudar uma matéria específica.
Isso deixa o planejamento mais flexível, já que se você tiver um compromisso e não estiver disponível naquela hora que você achou que iria estudar, não tem problema, você pode continuar o ciclo de onde parou mais tarde. No planejamento semanal, você estaria furando o planejamento.
No entanto, o ciclo de estudos requer mais disciplina para estudar porque, já que existe a possibilidade de estudar depois, nosso cérebro preguiçoso pode interpretar isso como deixar para depois.
Esse cronograma de estudos, seja ele um planejamento semanal ou um ciclo de estudos, é uma ótima técnica para deixar seu cérebro sempre desperto, e consequentemente, melhorar a memória.
Durante os estudos, use tudo o que você aprendeu sobre sua saúde e sobre concentração nos outros artigos da série!
Não estude somente por leitura de livros e apostilas. Faça resumos, anotações, mapas mentais, etc. Esses itens são essenciais para a fase de revisão mais à frente.
E também são importantes porque você usa as mãos. Lembre-se de que o cérebro usa todas as informações sensoriais disponíveis para reforçar a memória. Se você aliar a visão (leitura) com o tato (escrita), você dá mais dicas ao seu cérebro que o que você está estudando é importante.
Se possível, evite digitar no computador – por ser uma ação repetitiva, isso não estimula o seu cérebro. Ao invés disso, faça blocos com uma folha A4 dividida ao meio e utilize canetas coloridas, papel, marcadores de texto... quanto mais variado, mais interessante para o seu cérebro.
Hermann Ebbinghaus foi um psicólogo que estudou muito sobre o aprendizado em sua época. Ele foi a primeira pessoa a descrever a curva de aprendizado, o efeito de espaçamento nos estudos e a curva de esquecimento.
De acordo com teoria da curva de esquecimento, tudo o que estudamos tende a se perder com o tempo. O déficit é maior nos primeiros dias, mas quanto mais tempo, maiores as chances de esquecermos tudo.
Uma das formas de evitar que isso aconteça é rever o conteúdo periodicamente. Na revisão você utiliza os resumos, anotações e mapas mentais feitos durante o estudo para reestudar o conteúdo. Cada conteúdo estudado deve ser revisto periodicamente para evitar que a curva do esquecimento leve a informação embora.
Conforme você vai revendo o que você estudou, o conteúdo vai se fixando na sua memória.
Existem algumas técnicas específicas para revisão. A gente aborda melhor esse assunto nesse artigo sobre revisões.
Outra forma excelente de melhorar a memória fixando os conhecimentos é fazendo exercícios.
Apesar de bastante difundida, não existem evidências significativas que apoiam os estilos de aprendizado – você já deve ter ouvido falar dos testes que rotulam você como uma pessoa visual, auditiva ou sinestésica, de acordo com a preferência por estudar.
O que é mais aceito é que o cérebro usa todo tipo de informação sensorial para armazenar memória. Portanto, faça muitos exercícios. Não caia na desculpa de que, como você fez um teste que diz que você é uma pessoa visual, deve ler mais e não fazer exercícios.
Resolver exercícios, juntamente com revisões periódicas, deveria ser sua principal preocupação para fixar o conhecimento.
Quase todos os livros teóricos e pedagógicos possuem uma sessão de exercícios depois de cada capítulo. Se estiver estudando para um concurso, procure por provas anteriores da mesma banca organizadora e com o mesmo conteúdo. Se estiver estudando para o ENEM, utilize provas anteriores, elas estão disponíveis na Internet.
Resolva o máximo de exercícios que puder. Dessa forma você irá fundamentar o que você aprendeu.
Neste artigo, nós fomos a fundo e exploramos como o cérebro trabalha para fixar aquilo que você estuda.
Se você lembra bem (a-ha), as 5 dicas para melhorar a memória são:
Nós acreditamos que se você seguir essas dicas, sua capacidade de lembrar do que estudou aumentará bastante! Quem sabe você não repetirá essa história?
Gostou do artigo? Conhece um pouco mais sobre como sua memória funciona? Então compartilhe o artigo nas suas redes sociais!
Organize seus estudos e acompanhe o seu desempenho em cada matéria gratuitamente!
Você já sabe quais faculdades você pode ingressar?
Simule aqui sua nota no ENEM
Sand Robot