Hora da prova. Você lê as instruções da capa, abre o caderno de questões e começa a ler a primeira pergunta.
Imediatamente, lembranças sobre o assunto começam a emergir na sua mente.
Você se lembra do assunto principal, do seu significado, de eventos relacionados e de quem estava envolvido.
Você relaciona todas essas informações com a pergunta, entende o que a questão deseja saber, formula uma resposta na sua mente, e verifica, sem surpresa, que a resposta consta na lista de alternativas.
Com segurança, você marca a resposta certa.
A gente gostaria que toda questão fosse assim, não é mesmo?
Boa notícia: dá pra recuperar tudo o que você estudou na hora da prova! Mas você precisa manter um hábito bastante simples: fazendo revisão de conteúdo.
O que vamos relatar aqui nós consideramos uma ferramenta essencial para você fazer uma prova com tranquilidade e lembrar de tudo na hora da prova.
Nós já falamos sobre revisões e memória, e falamos da importância de manter a prática de revisão de matéria.
Se você ainda não faz revisão do que você estuda, temos uma má notícia: você está perdendo uma grande chance de fixar os conhecimentos e lembrar do que estudou na hora da prova.
Se você já ouviu falar que fazer revisões é importante, e está fazendo, então nos permita convencê-lo de que você está no caminho certo.
Como diz o Renato Alves, recordista brasileiro de memória, no seu Curso Estudo e Memorização, o segredo para lembrar a matéria durante a prova é que o conhecimento esteja consistente na memória. Lembrar de regras gramaticais, utilizar operações matemáticas ou idioma estrangeiro tem que ser tão fácil quanto amarrar o cordão do sapato.
E você consegue isso quando você utiliza as revisões!
As revisões programadas são a chave para você lembrar do que estudou e ser o concorrente que você teria medo!
Para entender como as revisões atuam na nossa memória, imagine essa situação:
Você está andando pela rua. Repentinamente, o céu escurece, um vento bate mais forte e você tem a sensação do ar pesado. Olhando para cima, você vê nuvens escuras e ameaçadoras. Imediatamente você reconhece os sinais: vem chuva por aí.
Esse é uma demonstração típica da memória semântica funcionando. A memória semântica é aquela que armazena o conhecimento que a gente tem sobre o mundo. Outros exemplos de memória semântica em ação são: você lembrar a data do seu aniversário, de quantos meses tem um ano, como fazer uma operação de adição.
A memória semântica não é o único tipo de memória que nós temos. Um outro tipo é a memória episódica. A memória episódica é aquela que nos faz lembrar de eventos que aconteceram com a gente. Uma festa de aniversário surpresa que armaram pra você, seu primeiro beijo, a última viagem de férias que você fez são exemplos de memória episódica.
Normalmente, as pessoas se referem à memória semântica como conhecimento. “Eu sei o meu nome”. “Eu sei os doze signos do zodíaco”. E elas se referem à memória episódica como lembrança. “Eu me lembro daquela festa”. “Eu lembro que eu estudei isso”.
Por que isso é importante?
Bem, o que você estuda pode estar armazenado tanto na memória episódica como na memória semântica.
Mas os dois tipos podem ser esquecidos. Você pode esquecer do nome daquela praia que você passou as férias, da mesma forma que pode esquecer de como resolver uma equação do segundo grau (mesmo que você lembre que você fez muito disso no ensino médio).
O segredo então é entender como essas memórias são fixadas. A memória episódica tem uma grande ligação com as emoções. Nós falamos disso na parte 4 da série Como Estudar Melhor e ser Aprovado.
Você tem mais chances de se lembrar de um evento se ele foi mais impactante emocionalmente para você. Você entra em um elevador para chegar a outro andar em uma loja de departamentos. Essa é uma situação super corriqueira que você vai esquecer logo em seguida... a não ser que você encontre com seu artista favorito (digamos, Aerosmith. Sim, a banda inteira). Nesse caso, você vai se lembrar de ter pegado aquele elevador por anos.
Já a memória semântica é reforçada por repetição. Você sabe seu nome porque faz anos que as pessoas o chamam com a mesma palavra. Você sabe o dia do seu aniversário porque não haveria outro motivo pelo qual, todos os anos no mesmo dia, as pessoas lhe darem presentes e lhe desejarem feliz aniversário.
Certo, mas como você pode tirar vantagem disso?
O truque é transformar a memória episódica em memória semântica. Aliás, isso acontece naturalmente com a gente. Você pode não se lembrar quando aprendeu a amarrar o cadarço do seu sapato, mas mesmo assim, você sabe como fazer. Você sabe que depois dos parabéns, o costume é assoprar as velinhas do bolo de aniversário, mesmo que você não lembre de quando você aprendeu isso.
Quando você aprende alguma coisa, seja assistindo uma aula, seja lendo um livro, você armazena esse aprendizado na memória episódica. Ele vai se manter ali somente o tempo que seu cérebro achar necessário. A não ser que você sinta uma grande comoção ao aprender alguma coisa (a sensação de “explodir a cabeça”), se você não usar esse aprendizado, logo ele será esquecido.
Com a repetição, você transforma esse aprendizado em conhecimento, armazenando-o na memória semântica.
E a maneira que a gente faz isso durante os estudos é através das revisões.
Basicamente, uma revisão é um tempo que você separa durante os estudos para rever um conteúdo já estudado. Meio óbvio, certo?
Mas existem algumas dicas importantes e essenciais para fazer revisão da maneira certa! Se você não fizer da maneira certa, você vai perder tempo e não vai utilizar todo o poder das revisões.
Ao revisar, você não vai ler novamente tudo o que aprendeu. Isso seria perda de tempo.
Durante a revisão, você precisa rever suas anotações, fichas e marcações que você fez durante o estudo.
Por isso, enquanto estiver estudando você precisa focar em fazer boas anotações.
Durante a leitura de um livro, use um lápis ou um marca texto para marcar as partes importantes do que está lendo. As partes importantes serão
O marca texto é melhor porque confunde menos na hora de ler.
Você pode escrever um resumo durante os estudos também, mas nesse caso, talvez valha a pena você aprender a fazer mapas mentais.
É muito importante que você faça a revisão do conteúdo estudado nas primeiras 24 horas depois que aprendeu. Se possível, faça isso depois do estudo.
Outro momento bom para fazer revisão é antes de dormir, como última coisa a estudar no dia. Nesse momento, o cérebro está se preparando para dormir e o aprendizado de coisas novas não é recomendado.
Use esse tempo para revisar as anotações de todas as matérias estudadas no dia.
O tempo destinado a fazer revisão de uma matéria depende de quanto tempo você levou para estudar o conteúdo. Em média, você deve revisar usando de 15% a 20% do tempo do estudo. Por exemplo, se você estudou 1 hora de equações, a primeira revisão deve levar de 9 a 12 minutos.
Por causa desse tempo restrito é que é importante você ter feito boas anotações e artefatos visuais como mapas mentais.
Antes de revisar um assunto, pegue uma folha de papel e escreva tudo o que lembra sobre o assunto. Essa técnica é chamada de lembrança por associação. O processo de recuperação de memória é o fator mais crucial para o estudante na hora da prova, e esse exercício vai treinando seu cérebro a recuperar essa informação.
Sim, você deve fazer várias revisões por assunto!
Quanto mais você revisar, mais você está dizendo para o seu cérebro: “Isso é importante”! E assim, pelo processo de repetição, a memória semântica daquele assunto é formada.
Mas não revise todo conteúdo todos os dias infinitamente. O pulo do gato é que as revisões espaçadas são muito mais eficientes do que a repetição exagerada.
Diversos estudos indicam que os humanos (e outros animais) se lembram mais facilmente das coisas que aprenderam quando eles estudam o assunto poucas vezes durante um período longo, ao invés de estudar repetidamente durante um curto espaço de tempo. Na prática, passar a noite da véspera da prova revisando intensamente tudo o que estudou é menos efetivo do que ter revisado continuamente durante mais tempo.
Quantas revisões são necessárias? Depende do assunto, mas umas 6 ou 7 revisões parece ser um número aceito pelos pesquisadores. As revisões devem ser distribuídas assim:
Com o tempo, a memória ficará mais forte, e você verá que adquiriu conhecimento do assunto, e não precisará se preocupar em lembrar o que estudou 😉.
Esperamos que tenha entendido a importância das revisões no processo de formação de memória.
Quando você revisa um assunto, você está fixando mais um pouco sua memória. Com o tempo, você passa a ter conhecimento sobre o assunto, e não terá problemas em lembrar dele.
Parte das informações que você viu aqui nós retiramos do excelente Curso Estudo e Memorização, do Renato Alves, recordista brasileiro de memória.
O curso é ideal para quem tem muito conteúdo para estudar e quer aprender os segredos de como transformar livros em memórias de longo prazo. Nós conhecemos o conteúdo e aprendemos coisas bastante exclusivas, que não vimos em outros cursos por aí.
O curso abrange desde a criação de um plano de estudos até técnicas avançadas de memorização. O que nos surpreendeu foi a riqueza do método e a quantidade de exercícios para fortalecimento da memória, bem direcionado para estudantes.
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